Um gosto amargo
Um nó na garganta
Irrompe em meu peito
Um fogo que inflama
A dor da batalha
O contar dos corpos
Dentro da sala
Entra na noite
A brisa do medo
A temer o açoite
O sim ao degredo
O lodo que escorre
Esconde o sorriso
Ao cunhado golpe
Seguem dormindo
Aqueles que outrora
Abriram caminho
Aos homens que agora
São seus algozes
Silenciando
O coro das vozes
Correm
Os loucos
As putas
Os roucos
Certos da morte
Talham seus ventres
Negam a sorte
E nas trincheiras
Insurgem poetas
Bradam desviantes
A revolução virá
Falsos profetas
Gestores da guerra
Estejam confiantes
Este império ruirá